Colo uterino
Dentro dos tumores ginecológicos, os mais incidentes são os que ocorrem no colo uterino, endométrio e ovários. O câncer do colo do útero está associado à infecção persistente pelo HPV (papilomavírus humano). Estima-se que aproximadamente 80% das mulheres sexualmente ativas irão contraí-lo ao longo de suas vidas. Além do vírus, fatores relacionados à genética, imunidade e ao comportamento sexual podem influenciar mecanismos ainda desconhecidos que determinam a evolução da infecção e a progressão para lesões que podem levar ao surgimento do câncer. Fatores como hábito de fumar, início precoce da vida sexual, promiscuidade, multiparidade e o uso de contraceptivos orais são considerados condições de maior risco para o surgimento da neoplasia do colo do útero.
Desta forma, justifica-se o rastreamento do câncer do colo do útero, que é realizado através do exame citopatológico (exame de Papanicolaou), cuja indicação se reserva às mulheres na faixa etária de 25 a 64 anos e que já tiveram atividade sexual. Sua repetição deve ser praticada a cada três anos, após dois exames normais consecutivos realizados com intervalo de um ano, conforme recomendação da OMS.
Endométrio
Já o câncer de endométrio tem suas bases em fatores relacionados à exposição hormonal e metabolismo, o que se explica pelo aumento de seu risco em situações de hiperglicemia, diabetes mellitus e excesso de gordura corporal, bem como no uso de terapia de reposição hormonal, menopausa tardia e nuliparidade (nunca ter engravidado). O sintoma mais comumente associado a esta doença é o sangramento vaginal atípico, seja em mulheres já menopausas ou quando o mesmo ocorre de forma mais intensa do que o habitual.
Ovários
Por último, a neoplasia de ovário consiste na segunda mais frequente dentre os tumores ginecológicos, perdendo apenas para o câncer de colo uterino. Tem sua incidência aumentada com o avançar da idade e podem estar relacionadas à história familiar, obesidade e fatores genéticos. Sintomas como dor, aumento do volume abdominal e maior gasto do que obtenção de calorias podem ser os primeiros a aparecer. Manter o peso ideal com uma alimentação saudável pode ajudar a evitar esta doença.
O tratamento dos tumores ginecológicos pode apresentar diversas abordagens, sendo a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia as principais. Situações especiais podem exigir condutas específicas, por exemplo o uso de quimioterapia intraperitoneal no caso de tumores ovarianos, ou modalidades particulares de radioterapia como a braquiterapia em câncer de colo uterino.